Antro Particular

25 maio 2009

para os que ainda não viram...

Trechos de Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade... Só pra dar um gostinho.
Concepção, texto e direção RUY FILHO
Música original PATRICK GRANT
com DIEGO TORRACA, GUILHERME GORSKI, GABRIELA ROSAS, GIULIANA ROCHA, RAIANNI TEICHMANN e TIAGO TORRACA
Cenografia e iluminação e operações de som e luz RUY FILHO
Figurinos JUNIA PAIVA
Preparação de ator GUSTAVO SOL
Preparação de ator convidado ALEXANDRE CAETANO
Fotografias e Design Gráfico PATRÌCIA CIVIDANES
Fotógrafo convidado FRED MESQUITA
Registro em DVD e edição final THIAGO DE MELLO
Produção CIA. DE TEATRO ANTRO EXPOSTO
Realização CIA. DE TEATRO ANTRO EXPOSTO E CENTRO CULTURAL RIO VERDE

Para quem estiver no Rio


Entre os dias 30 de junho e 12 de julho, estaremos no Rio de Janeiro para participarmos do Festival de Teatro da Língua Portuguesa. 2009 será a segunda edição do evento. Entre os países convidados estão Portugal, Cabo Verde, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Brasil. Cada um terá dois repreentantes. Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade foi um dos selecionados para representar o Brasil. É possível estar mais animado?

23 maio 2009

Chorávamos Terra Ontem à Noite: contar histórias para acordar

Contar uma história parece simples. Não, não o é. Depende da capacidade em se ter um bom enredo, bons personagens, precisão rítmica, dentre outros tantos aspectos técnicos. E quando a história serve à cena, a coisa complica ainda mais, pois no teatro outros tantos atributos se associam determinando por narrativa mais que a própria história. Em Chorávamos Terra Ontem à Noite, peça de Eduardo Ruiz, com o mesmo dividindo o papel principal com Gustavo Sol, em competente direção de Lavínia Pannunzio, o que assistimos é uma eficiente capacidade em contar, em narrar.

Mas por que ainda optamos tão claramente pelo contar?

O que a princípio revela ser uma história conhecida – dois irmão distanciados pela vida se reencontram para dar conta do inventário deixado pelo pai morto – traduz a capacidade de Ruiz em ir além do óbvio para aprofundar aspectos humanos. O texto foge dos estereótipos para elaborar uma virtuosa escrita em tom cotidiano porém poético. As falas, por vezes preenchidas por silêncios, são amplamente valorizadas pela falta de iluminação que leva os rostos dos atores sempre para a penumbra de uma sala arena. No surgir de cada acusação e cobrança, redescobre-se os irmãos, e na distância entre os mundos surge o espelhar o outro em complemento ao que falta, como se ambos fossem o mesmo em algum momento divididos pelas experiências e vidas distintas. A casa, a terra, a poeira que encobre um e a chuva outro, traz-lhes ao epicentro daquela que lhes confere a forma original: a família, ainda que esta não mais se reconheça mais. É preciso estar próximo a ambos para entender os sentimentos – tanto metaforicamente quanto fisicamente. E Ruiz caminha bem ao não oferecer qualquer redenção ou condenação imediata aos personagens, não permitindo a facilidade do julgamento ao espectador, apenas a função de ouvinte cúmplice.

Muitas são as leituras possíveis sobre a terra anunciada já no título e travestida em pó sobre o espaço cênico. Literal, simbólica, poética. De qualquer maneira, a transcrição da própria palavra, decalcada sobre o chão, faz com que o espectador não esqueça de outro óbvio: tudo ali se trata de representação, de teatro. Ainda que o cheiro de café nos conduza a uma permanência onírica junto à cena, em uma espécie de travessa ao sublime, serve ele como outro instrumento para igualmente nos recordar ser tudo ali verdadeiro.

A realidade do teatro se distancia do lado de fora da sala, da vida comum, e na peça se configura na forma de corpos e técnicas que se associam em torno de um objetivo maior: fazer teatro. Ambos se mostram corajosos. Tanto Ruiz quanto Sol enfrentam seus leões e, cada qual à sua maneira, explicita o melhor de si. Mas sãos os poucos momentos de confronto explícito entre os personagens os instantes mais preciosos, quando a cumplicidade de uma amizade de décadas explode em cena o tesão pelo compartilhamento do palco. São nítidos a satisfação e compromisso, traduzindo vontade em ótimos momentos de intimidade teatral raramente assistidos em produções mais comerciais e menos comprometidas com a pesquisa.

Chorávamos Terra desconfigura, portanto, a obviedade da história simples. Trata o conhecido pelo ângulo do poético e reafirma a necessidade de conduzir o espectador para o interior da narrativa.

Como tantos outros dramaturgos de agora, Ruiz opta pelo realismo, pelo tempo real dos acontecimentos. O que não pode ser desconsiderado. A escolha pelo realismo por tantos parece nos dizer algo além. É como se precisássemos recuperar a realidade alterada frente à perda de compreensão da própria realidade; como se não reconhecêssemos mais o real na própria rotina, cabendo ao teatro nos recordar quem somos. Chorávamos traduz a lágrima de uma ausência improdutiva, de um homem-pai que não mais existe e que, quase sempre, fora entendido por inexistente. E não seria essa, hoje, a existência e solidão do próprio artista desprovido de sentidos mais amplos de protecionismos e paternalismos sinceros?

Um pouco de poesia e o cheiro de um bom café parece ser suficiente para recuperarmos a humanidade esquecida na crueza da vida. Eduardo Ruiz segue consistente em sua busca pelo outro.

13 maio 2009

uma boa surpresa

Ontem chego e em casa e uma surpresa! Patrícia criou um blog para disponibilizar seus trabalhos em design gráfico e fotografia. Abre com um texto de apresentação e seguirá, sem dúvida, com muita coisa interessante. Ainda não aceito seu distanciamento da foto-arte. Quem sabe agora não se sente outra vez estimulada? Sinto-me envaidecido em dividí-la e, confesso, um pouco enciumado também.
Seja bem-vinda, amor, ao universo virtual...

blog Patrícia Cividanes

05 maio 2009

responsabilidade tem nova forma

Pra ler, reler, entender e decorar. Agora não há mais desculpa para qualquer alienação. Museu da Corrupção . A trajetória dos recentes escândalos nas diversas esferas públicas. Se a moda pegar, por que não abrir unidades históricas? Parabéns aos envolvidos pela iniciativa. Mais tarde o link estará disponível na coluna do blog Política e Economia.