Antro Particular

07 abril 2011

PÁSSAROS TAMBÉM DESEJAM

Há muito que se discutir sobre algo que parece ser a mesma coisa para muitas pessoas, mas desejo e prazer não são necessariamente iguais. É evidente que o prazer pressupõe a existência do desejo, do desejar e de ter a vontade realizada em suas características. Contudo, nem todo desejo pressupõe o prazer como conseqüência, não quando entendemos por prazeroso tudo aquilo traduzido ao corpo, limitado, sobretudo, ao sentido sexual. Cabe ao desejo mais do que o gozo voluptuoso das fantasias ou o reconhecimento físico de sensações. Desejar situa o ser humano entre diferenciais próprios da espécie, atribuindo-lhe a capacidade em subverter estados através da imaginação de seus ideais. Desejar, ainda, conduz o humano ao patamar de criador, e nesse parâmetro nada é mais incontrolável do que o próprio desejo, quase sempre oriundo de artifícios inconscientes de substituição ou preenchimento de ausências. Deseja-se aquilo que não se tem e que se quer ter. Deseja-se um outro. E há ainda o desejo pelo próprio desejar, fruto de uma absoluta solidão capaz de anular o reconhecimento de si mesmo como existente e real.

Nas sociedades modernas e suas supostas modernizações das relações humanas, desejo e prazer fundiram-se em sinônimos factuais funcionais ao redesenhar de uma ordem política-social. Fora preciso admitir a pessoalidade do prazer para que as mulheres conquistassem o direito de senti-lo. E, consequentemente, desejar passou a ser mais do que querer, mas o de reconhecer a capacidade de se ter desejos. Por outro lado, nunca o prazer, banalizado de maneiras subversivas à ordem e, posteriormente, ao mercado das sensações, revelara-se tão masculino. O homem, confrontando a veracidade do desejo feminino, tornou seu o mais estereotipado sentido de prazer, aquele limitado ao imediatismo da satisfação sexual. E entre o prazer do macho e o desejo feminino definiu-se nas entrelinhas um novo preconceito, o de que cabe a mulher desejar e ser desejada, enquanto ao homem cabe oferecer prazer e ser o realizador desse desejo.

As gerações atuais crescem sem qualquer parâmetro da subjetividade pertencente ao desejo, enquanto funda uma nova sociedade discursada sobre ingênuos valores. Confunde desejar com a busca pelo prazer, da mesma maneira que tentam afirmar que masculinidade e feminilidade são iguais quando ignoradas as óbvias diferenças.

Em “Lá fora, algum pássaro dá bom dia”, de Priscila Nicolielo a personagem narra sua trajetória que perpassa pela ingenuidade do desejo idealizado, o prazer como fundamento do desejo reconhecido e o temor da perda do desejo despertado. Mas de qual desejo Priscila trata? Não mais do que o do mais profundo e ordinário de todos nós, o de ser reconhecido, aquele que ao se fazer real igualmente nos proporciona realidade e existência. A solidão pertinente ao monólogo impõe ao ótimo trabalho de Gabriela Rosas a capacidade de transitar dentre as camadas desses desejos, enquanto a narrativa traduz as transições em tom ora poético, ora cômico, ora dramático e melancólico.

Mas enquanto a tônica feminina é trazida aos palcos pela dramaturga e atriz, a direção de Marcelo Rubens Paiva caracteriza a cena pelo olhar do macho que assiste a fêmea e se confunde entre as escolhas do homem que dirige e do homem que enxerga apenas no desejo o prazer imaginado, perdendo a potencialidade do que poderia vir a ser uma direção mais servil à poesia do texto.

“Lá fora, algum pássaro dá bom dia” é sem dúvidas o texto mais interessante de Priscila apresentado até agora. É torcer para que a dramaturga se permita ainda mais desejar, tal sua personagem, sem que caia nas armadilhas do prazer oferecido por tantos e tantos outros por aí. Curta, a peça com cerca de trinta minutos, exibe o essencial necessário para que a fala se torne incômodo e o silêncio busque cumplicidade. E o que mais pode desejar um espectador que não ser atingido por seu próprio silêncio?

04 abril 2011

Cultura Brasileira, uma quase ficção 7


capítulo 1.
Ana de Holanda chora compulsivamente enquanto é amparada por Márcia Regina Barbosa e Hildebrando Pontes nas dependências do ECAD.
Márcia: Não fica assim, Aninha.
Ana: A Dilma me garantiu que eu iria cantar pro Obama na Cinelândia. Não é justo.
Hildebrando: Mas os direitos musicais eram caros pra nós.
Ana: E desde quando o Ecad repassa tudo direitinho pros artistas?

capítulo 2.
Em Brasília.
Dilma: Ana, temos um probleminha.
Ana: O que eu fiz?
Dilma: Você tem facebook?
Ana: Não.
Dilma: Vem aqui. Vou te mostrar pelo meu...
Elas leem.
Ana: Quem é esse cara?
Dilma: Nunca ouvi falar.
Ana: Isso não é justo...
Assessor: Presidente, telefone.
Dilma: Quem é?
Alguém: Você tá com a Ana aí?
Dilma: Sim. Mas quem é?
Alguém: Oi. Meu nome é Ruy Filho.

capítulo 3.
Por telefone.
Ruy Filho: Liguei pra te fazer um convite.
Ana: Você que se foda.
Ruy Filho: Mesmo se for pra cantar?
Ana: Minha agenda, espera aí.
Minutos depois...
Ruy Filho: ... e será o meu aniversário.
Ana: Estou livre sim.
Ruy Filho: Nada de Gil ou Chico, ok? Você compõe?
Ana: Sempre te admirei, sabia? Posso levar uns vídeos de poesia também?
Ruy Filho: A casa é toda sua.

capítulo 4.
Festa rolando.
Ruy Filho: Entre. Tem medo de cachorro?
Ana tem pavor, mas disfarça. O beagle gruda em sua perna.
Ana: Meu presente pros artistas que vocês são. Poesia.
Ruy Filho: Vocês conhecem a Ana?
Ninguém responde ou lhe dá qualquer atenção.
Ana: Posso ligar?
Ruy Filho: Quantos são?
Ana: 365. Maria Bethanea. Saiu caro, mas valeu a pena.

capítulo 5.
A sala se esvazia.
Ruy Filho: Vamos direto pro show?
Ana: Claro! É só pegar o meu violão e...
Diego: Posso emprestar  meu se você...
Ana: Não! Só toco com ele!
Diego: Se eu conhecer a música, te acompanho.
Ana: Você não entende? Fui roubada! Alguém aqui...
Ruy Filho: Aqui? Desculpa, Ana, aqui não é o MinC.
Patrícia: Gente, liga  tevê!
Um silêncio toma conta da sala.

capítulo 6.
Todos seguram o riso, enquanto observam Ana chacoalhar a tevê.
Ana: Dilma, não acredito que você me roubou!
Patrícia: Frame, sai da perna dela!
Ruy Filho: Aquela é a...?
Guilherme: é.
Ruy Filho: A Dilma está louca?
Na tevê...
Dilma: Autografa pra mim.
Shakira: Com prazer.
De volta a festa...
Ana: Essa vaca riscou o meu violão, porra!

capítulo 7.
A festa termina.
Ana: Posso cantar?
Ruy Filho: Desculpa, Ana. Amanhã é segunda, e a Patrícia acorda muito cedo.
Guilherme: Vamos pros Parlapatões.
Ana: Pode cantar lá?
Guilherme: A gente dá um jeito.
Minutos depois...
Ana cantando bêbada. Não se entende nada.
Por telefone.
Ruy Filho: O que aconteceu?
Guilherme: Brigou com um fiscal do Ecad. Disse que não pagava e foi presa.

capítulo 8.
Ruy Filho: Porra, só dá ocupado em Brasília. Como vamos tira-la da delegacia?
Patrícia: Você tem o contato do Chico?
Ruy Filho: Não.
Patrícia: Continua ligando. Não tem o que fazer.
Ruy Filho: E o beagle?
Patrícia: Tá na sacada.
Os dois se aproximam sem que o cão perceba.
O cachorro está uivando deitado sobre um lenço que roubou de Ana. Dá pra perceber seus olhos marejados.

capítulo 9.
Enquanto isso, em Brasília...
Dilma: Disse que tentaríamos, não que daria certo.
Kadhafi: Vocês foram leais em me proteger.
Dilma: Questão de coerência. Ignoramos por quarenta anos tua ditadura, continuaremos assim.
Kadhafi: Se o mundo fosse tão verdadeiro como o Brasil...
Dilma: E ademais, se apoiamos o Armadinejad, por que seria diferente com você?

capítulo 10.
No dia seguinte...
Assessor: Presidente, o Obama quer saber se o discurso já está pronto.
Sarney: Estou quase terminando. É só encontrar o tom certo de como ele falará com o povo. Me dê mais cinco minutos e ligo pra ele de volta.
Quando o assessor sai, Sarney tira o celular da gaveta e diz:
Sarney: Então, Lula, depois do Corinthians, ele tem que falar sobre o que mesmo?

capítulo 11.
Obama chega ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Carla Camurati: Que merda, Obama, tive que desmontar tudo pra você vir falar qualquer coisa?
Obama: Eu queria no centro, mas tinham os bandidos. Propus num morro com UPP, mas já estão tomados por corruptos. O único lugar que sobrou foi aqui, já que os artistas são bem mais passivos mesmo.
Agente americano: Sr.? Chegou a hora.

capítulo 12.
Obama: ... e acredito que devemos contribuir pra que nossas democracias fortaleçam o capitalismo e as relações econômicas de nosso países, gerando crescimento e emprego. Obrigado a todos.
Horas depois...
Obama: Traz um café pra mim?
Agente: Não tem mais.
Obama: Como?
Agente: Parece que um tal de Ruy Filho bebeu todo o café do país.
Obama: Ache esse desgraçado, agora!

capítulo 13.
˜Lamentamos informar que esse episódio foi violentamente censurado. Os americanos se recusaram permitir a participação de seu presidente em qualquer atividade que esteja ligada ao número 13. A narrativa continua a partir da 14a. parte.˜

capítulo 14.
Obama: Cadê meu café?
Ruy Filho: Não posso. Não consigo ficar sem. E o café é brasileiro, porra!
Obama: Você quer estragar tudo?
Ruy Filho: Não tenho medo de você.
Obama: Não? Veremos...
Encapuzado, Ruy é jogado dentro de um avião.
Horas depois...
Capitão Nascimento: Bem vindo a Guantánamo.
Do seu lado, outro homem também é torturado.
Ruy Filho: Jack Bauer? Jack é você?

capítulo 15.
Jack Bauer: Nem eu consigo sair daqui.
Ruy Filho: Mas tem que ter um jeito, Jack.
Jack: Tem uma pessoa... Mas precisamos chegar até ela. Você vai ter que fazer o que eu mandar, está bem?
Ruy Filho: Sim.
A cela é invadida. Ruy é retirado à força e levado pra outra totalmente escura. Jack escuta uma voz na outra cela.
Jack: Ana de Hollanda! Não! Soltem ele. Isso nããããoooo!!!!!

capítulo 16.
Jack Bauer: Preciso tirar alguém.
Michael Scofield: Não.
Jack: É brasileiro. Você é um ídolo por lá. Ele vai morrer. Ela está cantando há 24 horas.
Tempos depois...
MS: Ruy? Michael.
Ruy Filho: Quem?
MS: Prison Break.
Ruy Filho: Me ajude...
MS: Jack, acho q não vai conseguir.
Jack arromba a porta e lhe dá um tiro no ombro.
Jack: Acorde ou o próximo vai ser na tua cabeça!

capítulo 17.
Por telefone.
Obama: Ele fugiu.
Dilma: Não posso te ajudar. Tenho outros problemas aqui.
Obama: Estamos ficando sem café!
Dilma: E eu prestes a não me reeleger.
Obama: Isso é sério?
Dilma: Querem votar o fim da reeleiçãoo.
Obama: Vai cuidar das coisas ai, então.
Dilma: E a Ana?
Obama: Já devolvi. Não é uma boa arma. Com elas as coisas vão é ficar iguais, isso sim.

capítulo final.
Em Brasília.
Dilma: Você acha que ele te reconheceu?
Ana: Não.
Dilma: Mas você não cantou durante horas?
Ana: E alguém já tinha me ouvido cantar?
Dilma: Tem razão.
Alguém: Ele está aqui.
Dilma: Oi.
Ana: Ele fez a ponte entre a Bethanea e o Governo.
Dilma: Como se chama?
Alguém: Lula Buarque de Hollanda.
Dilma: Ana, você é perfeita!
Ana: Até que enfim você notou isso.

epílogo imprevisto.
Ruy Filho em casa resolve escrever os acontecimentos pelo facebook. O beagle dome entre seus pés e a mesa do computador, enquanto digita. Ele desliga a tevê, bebe um copo de café, volta pro computador e...
Ruy Filho: Quer saber? Deixa estrear a próxima peça. Aí sim vão ter motivos pra me torturarem.

... Fim.

Cultura Brasileira, uma quase ficção 6

capítulo 1.
Reunidos no Instituto Fernando Henrique Cardoso, oposicionistas debatem como reagir.
FHC: E se montássemos uma escola de samba? Poderíamos desfilar e apresentar as corrupções deles.
Serra: Temos muito a dever pro Lula, eu não sei.
Alckimin: Tem certeza?
Aécio: Já terminei a proposta pro carnavalesco.
FHC: E?
Aécio: Brasil, salvai seu futuro, suas matas, seus tucanos.

capítulo 2.
Enquanto isso, no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Por telefone.
Alguém: Tem certeza? Vou falar com todos. Obrigado.
Dilma: Quem era?
Alguém: Eles vão preparar um desfile sobre nós. Vão contar tudo.
Temer: Faremos um também.
Dilma: Qual?
Temer: Brasil, nunca antes na história do país.
Palocci: Não. Brasileiro, o povo e caseiro da terra Brasil.

capítulo 3.
A oposição se decide.
FHC: Quem vamos chamar pra carnavalesco?
Aécio: Lúcia Veríssimo, claro!
FHC: Ela entende alguma coisa disso?
Aécio: É estilista, uai.
Serra: Moda country.
Alckmin: Melhor ainda. Fechamos com a bancada ruralista.
Serra: Precisamos de alguém mais ousado junto.
FHC: Zé Maurício Mchline sempre me emprestou a casa. Não vai faltar agora.

capítulo 4.
O Governo também se decide.
Temer: Não tem outro nome? Eles chamaram o Machline, o cara tem contato.
Dilma: Não teu jeito. Estamos devendo essa pro Zé de Abreu. O PT é assim, vai se acostumando.
Temer: Alguém junto, então?
Palocci: Débora Colker?
Dilma: Será?
Palocci: Patrocinada desde 2000 pela Petrobrás. Tá na hora de devolver um pouco disso tudo.

capítulo 5.
Em Brasilia, muita correria.
Duda Mendonça: Já tenho uma resposta, mas vou precisar de ajuda com alguém experiente em finanças, e de minha confiança.
Temer: Quem?
Duda Mendonça: Marcos Valério.
Palocci: Nem pensar.
Duda: Vocês ainda devem grana pra nós. Ele se junta, e damos um jeito de fazer o desfile e pegar o que é nosso também.
Dilma: Tudo bem eu desfilar com esse vestidinho?

capítulo 6.
Em São Paulo, também correria.
Aécio: Ele tá com tudo. Acabou de ganhar o carnaval.
Serra: Vem de outra turma, não sei.
Alckmin: Tô com ele no telefone.
Minutos depois...
FHC: Então, maestro, topa cuidar das coisas?
João Carlos Martins: É fácil. Pra quem cuidou do caixa de campanha do Maluf, qualquer coisa é simples. Posso convidar o Pitta? Sou amigo da família.

capítulo 7.
Ao vivo...
Chico Pinheiro: Estamos aqui na Cidade do Samba, onde o PT e o PSDB preparam seus desfiles. Só que ninguém foi visto até agora, em nenhum dos barracões. Ao que parece, os partidários foram liberados dos trabalhos pesados e estão por aí convidando as pessoas a votarem em seus partidos. Tentaremos outro dia, então. É com você Fátima.

capítulo 8.
Ao vivo...
Chico Pinheiro: Estivemos aqui há dez dias e, menos de uma semana do desfile, os dois lados continuam abandonados, William.
WB: Chico, continuaremos tentando e muito obrigado. Fátima, por falar nisso, você sabe de qual partido é essa bandeira que está no nosso cenário?
Distraída, responde:
Fátima: Do Líbano...

capítulo 9.
Ao vivo, Jornal da Globo.
WW: Heraldo, como foi recebida em Brasília a notícia de que os partidos farão os desfiles simultaneamente? Deve ter causado muita confusão.
HP: O que se fala pelos corredores é que isso só pode trazer vantagens. Dos dois lados, o clima é de vitória, William. Vamos ver se de alguma maneira o povo ganha alguma coisa com qualquer um deles.

capítulo 10.
Arnaldo Jabor: O carnaval é o momento de consolidação da malandragem. Alí, bicheiros e narcotraficantes lavaram seus dinheiros. A canalhada política invade a festa. Só que, o que eles não sabem, é que pro morro o povo é intocável. Lado a lado, PT e PSDB vão se revelar iguais. Enquanto isso, Brasília gasta seus confetes, e o povo toca bumbo.

capítulo 11.
Dia do desfile.
Lado a lado, PT e PSDB formam as alas e organizam as entradas dos carros alegóricos.
Petistas: Vocês vão ver, nós vamos relevar todos os seus podres!
Psdbistas: Nós é que vamos mostrar os de vcs!
Fogos.
As comissões de frente fazem a curva pra entrar no sambódromo.
O público se surpreende...

capítulo 12.
Comissão de frente do PT: Lula, amarrado em um cadeira, tem um dedo amputado por Sarney. Ao fundo, uma faixa: Fomos obrigados por ele!
Comissão de frente do PSDB: Um tucano tem o bico amarrado, enquanto Sarney arranca-lhe as penas. Ao fundo, uma faixa: Eles nos obrigaram a nos calarmos.
O público vaia.
A bateria começa.
O povo esquece e volta a ficar feliz.

capítulo 13.
Os dois carros abre-alas.
PT: Pedaços da Vale, da Petrobrás, de telefones, das estradas, enquanto os foliões fazem aviões com dinheiro e os lançam de um imenso letreiro ‘saída de $ do BR por aqui’.
PSDB: Outros tantos pedaços da Petrobrás, de aeroportos, enquanto os foliões, sempre barbudos, enchem as cuecas com dinheiro, com o leitreiro ‘Eu não sei de nada’.

capítulo 14.
O apagão cancela o desfile.
1. Agora é bom pra definirmos.
2. Comissão de Reforma Política?
3. Valdemar Costa Neto.
2: Mensalão?
1. Sim. O meu, Eduardo Azeredo.
3. Mensalão de Minas...
1. Isso. E você?
2. Maluf.
1. Ok, então. Fechamos esses nomes pra Reforma Política. O Brasil não quer tanto? Então, vai aprender a parar de pedir as coisas.

capítulo 15.
De volta a Brasília.
Dilma: Nada como a época do carnaval. Ninguém desconfiou.
Temer: Temos que agradecer aos tucanos também. Aceitas montar a comissão nessa época foi uma jogada e tanto. Agora é só ficar acusando todo mundo e essa reforma não sai nunca mais. Tem alguém pra isso?
Dilma pra empregada.
Dilma: Meu convidado já chegou?
Empregada: Sim.
Dilma: Deixe entrar.

capítulo 16.
Dilma: Você foi ótimo com a Hebe. Agora, cuidado, as pessoas estão de olho em você.
Dirceu: Já trouxe alguém. Ele vai cuidar de tudo.
Dilma: Você tá falando do Wanderley?
Dirceu: Ele confundiu todo mundo com aquela história do mensalão ser um golpe da mídia no Lula. Agora, na Casa Rui Barbosa, vai estar mais próximo, cuidando de nós.
Dilma ri.
Dilma: Você é casado?

capítulo 17.
No programa de Ana Maria Braga.
Ana: E o que vai cozinhar?
Dilma: Fritada de Lula.
Ana: E o que vamos precisar pra isso?
Dilma: 9 dedos de leite...
Após o programa.
Dirceu: Você estava ótima.
Dilma: Falou com o Chaves?
Dirceu: Se tudo der certo, mandamos o Lula pra Líbia. Aí seremos só nós.
Dilma: E Palocci.
Dirceu: É, tem esse aí ainda pra resolver...

capítulo final.
Chaves: Amigo, acho que você é o único que consegue dar um jeito em Kadkafi.
Lula: Logo agora que vou começar minha carreira de palestrante?
Meses depois...
WB: O presidente Lula desapareceu na Líbia. A presidente Dilma proclamou feriado nacional. Pra amanhã, será preparada uma grande homenagem. Ainda não se sabe se ele está morto. Na dúvida, Dilma prefere manter as homenagens.

epílogo imprevisto.
A porta do quarto de Dilma é arrombada.
Lula: Não adianta, você não vai se livrar de mim. Conheço Kachafi desde que era sindicalista. Acha que ele iria me trair? Com Chaves? Esse aí fui eu quem ajudou a dar certo. Eu voltarei, Dilma. E você ainda vai pedir perdão em público.
Antes de sair...
Lula: E para de desfazer as coisas que fiz, porra!


... Fim.