Antro Particular

22 fevereiro 2011

Cultura Brasileira, uma quase ficção 4

capítulo 1.
Quase desfalecendo de tão fraca, Ana de Hollanda continua esperando o Fenômeno, em sua sala de estar. Até que o momento chega.
Fenômeno: Aninha, tudo resolvido.
Ela tenta se mexer, mas não consegue.
Fenômeno: Você não está feliz?
Ela tenta falar, mas não consegue.
Fenômeno: O que você tem, afinal?
Ana: Parece que já morri faz tempo.

capítulo 2.
Após meses de coma, ao telefone...
Alguém: Levanta e vai trabalhar! É uma ordem!
Ana: Quem está falando?
Alguém: Deixa de ser ridícula. Você tem uma agenda enorme a cumprir.
Ana: Não sei se consigo.
Alguém: Já estamos em março e até agora não vi nada. Você acha que eu te pago pra quê?
Ana: Eu não sabia que eram vocês...
Alguém: Quem são vocês? Aqui é a Dilma, porra!

capítulo 3.
Ana, 1a. Entrevista.
Faustão: ... a filha do Sérgio Buarque.
Ana: Oi Faus...
Faustão: ô loco, meu. E eu que vi a Aninha pequena.
Ana: É um praz...
Faustão: Ela esperava o irmão cantar no Perdidos da Noite. Brincadeira, meu. Quem diria, heim?
Ana: E eu...
Faustão: Você que tá olhando a tua cunhada agora...
Diretor: Fausto, pede desculpas. Vamos cortar pro Oriente Médio...

capítulo 4.
Ana, 2a. Entrevista.
Marília: Ela é irmã de Chico Buarque, filha de intelectual, passou pela Funarte e MIS, e hoje é o olhar da cultura do governo Dilma. Ana de Hollanda. Você é mesmo cantora, é isso? E como é ser ministra e artista? Sem querer comparar, perguntei isso pro Gil também. Ele me disse...
Diretor: Gabi, nós vamos cortar pro Oriente Médio...

capítulo 5.
Ana, 3a. Entrevista.
Jô: Ana de Hollanda, vem pra cá menina.
A banda para.
Jô: Faz tempo que não nos vemos.
Ana: A última vez foi em 85, no aniversário do Chico.
Jô: Tem visto teu irmão?
Ana: Menos, agora.
Jô: Foi em 84, 85, não é isso?
Ana: 85.
Jô: Aniversário dele. Tem visto ele?
Ana: Pouco.
Jô: Era isso. Tava eu e o Ziraldo...
Horas depois...
Fim do 1o. Bloco.

capítulo 6.
De volta, a banda para.
Jô: E agora você é a nova ministra da..., do...
Ana: Cultura.
Jô: Isso. E gravou um cd?
Ana: Sim, é...
Jô: Sem querer interromper, mas já interrompendo. Eu gravei um cd com poemas do Pessoa, que ganhou o prêmio melhor cd de poema, e eu apresentei em Portugal, é realmente lindo...
Diretor: Jô pede desculpas. Vamos cortar pro Oriente Médio...

capítulo 7.
Ana, 4a. Entrevista.
Ronnie Von: Ana de Hollanda! Oi lindinha...
Ana: Oi.
Ronnie: Lindinho, a Ana lançou um cd. Como é que consegue ter tempo pra ser ministra e cantora?
Ana: Bem, é...
Ronnie: Tem planos já? Queria te dar uma canção minha. ‘Meu amor é cachoeira...’.
Ana: Olha Ron...
Diretor: Ronnie, pede desculpas. Vamos cortar pro Oriente Médio...

capítulo 8.
Ana, 5a. Entrevista.
Ana Maria Braga: Oi Ana, que bom que você pôde vir.
Louro: Cadê seu irmão?
Ana: Também estou feliz.
Louro: Cadê o Fenômeno?
AMB: Vamos sentar. Vou servir teu café.
Louro: Cadê a Cultura?
AMB: Me fala do seu cd.
Louro: ha ha ha...
Ana: Eu...
AMB: Ana, desculpa. Nós vamos direto pro Oriente Médio...

capítulo 9.
Ana: Não é possível. Eles só querem saber do Oriente Médio, afinal o que está acontecendo lá de tão importante?
Fenômeno: Não tem acompanhado?
Ana: Com que tempo? Eu vou marcar a próxima entrevista. É a última tentativa. Depois, chega!

capítulo 10.
Pelo telefone.
Ana: Então você deixa eu ir ao seu programa?
Alguém: É que você não tem muito o perfil do público.
Ana: Mas eu posso cantar.
Alguém: É isso que me dá mais medo.
Ana: E seu eu levar meu irmão?
Alguém: Bom, aí talvez.
Ana: E se o Fenômeno for junto?
Alguém: Tá certo. Semana que vem?
Ana: Sem falta.

capítulo 11.
Hebe: Fenômeno, Chico Buarque, a irmã dele e Ariadna do BBB.
Ana: Oi Hebe.
Hebe: Chico, eu te comia todo. E o Fenômeno também.
Ana: Oi Hebe.
Hebe: Gente, olha essa Ariadna, que gracinha.
Ana: Oi Hebe!
Hebe: Vou sentar entre esses dois homens.
Ana: Eu tô aqui!
Hebe: Chico canta pra gente.
Ana: E eu?
Hebe: Tô toda molhada.
Ana sai. No caminho quebra um objeto da decoração.

capítulo 12.
Ana: ... E ninguém me deixa cantar.
Márcia G.: Ela quer o espaço dela. Uma mulher descontrolada.
Ana: Posso cantar agora?
Márcia G.: E ninguém respeita o talento dessa mulher.
Ana: Posso?
Ibope cai. Cortam o microfone de Ana.
Márcia G.: Vamos pro próximo caso. Ela vendeu a casa e deixou a mãe na rua. Maria de Fátima e Raquel Acioli.
Um contrarregra retira Ana do palco.

capítulo 13.
Ana: Não tô certa?
Gaspareto: Vai à luta e para de reclamar, minha filha.
Ana: Mas...
Gaspareto: É difícil ouvir que você fracassou?
Ana: Não pode falar assim comigo.
Gaspareto: E você tá aqui pra quê? Cantar? Quem emana luz não precisa de ninguém, brilha. Como eu e minha mãe.
Ana desmaia.
Gaspareto vaia.
Ela acorda e sai humilhada.

capítulo 14.
Fenômeno: Ela sumiu.
Dilma: O que você quer dizer com isso?
Fenômeno: Ninguém mais a viu. Em lugar nenhum.
Dilma: Não é possível.
Assessor: Dilma, notícias da Ana.
Dilma: Onde ela está?
Assessor: Só sabemos que saiu do país.

capítulo 15.
Pelo telefone.
Ana: É minha última esperança.
Alguém: Sei como é ninguém querer lançar o teu cd.
Ana: Precisa fazer o que te pedi.
Alguém: Moro em SP, não estou mais no RJ.
Ana: Ele passeia pelo Leblon, quase todos os dias.
Alguém: Vamos deixar uma coisa clara, então. Eu vou fazer isso em nome da música e não porque você tá pedindo.
Ana: Ótimo. Desde que o faça.

último capítulo.
Chico: Oi Lobão, que faz no Rio?
Lobão: Acabou mauricinho.
Chico: Quem são esses aí?
Lobão: Alguns amigos que fiz na prisão.
Chico: Espera, vamos pensar com calma.
Lobão: O caralho. Primeiro vai ser você, depois o Herbert Viana. Galera, pau nele.
Bandido 1: Mas esses olhos...
Bandido 2: Tão azulzinho...
Lobão: Merda! Pelo menos o Hebert usa óculos.

epílogo Imprevisto.
Plantão do Jornal Nacional.
WB: A primavera árabe fez da Rua Árabe uma Avenida. As ditaduras caem uma após a outra.
Espere...
Uma câmera exclusiva da Globo avistou uma mulher no parlamento da Líbia. As câmeras não conseguem se aproximar muito, mas parece ser a min. Ana de Hollanda. Ela está cantando pra multidão enquanto tvs do mundo todo a filmam.

... Fim.

15 fevereiro 2011

Cultura Brasileira, uma quase ficção 3

capítulo 1.
falando baixo ao telefone.
Lula: Você pode falar?
alguém: Lula é você?
Lula: Escuta, to ligando pra te pedir desculpas.
alguém: Por que?
Lula: É que precisei falar contra você.
alguém: Mas...
Lula: A imprensa, a opinião pública, você entende, não é?
alguém: Pensei que fossemos amigos.
Lula: Negócios são negócios.
Ruído na porta.
Lula: Te ligo depois...

capítulo 2.
ao telefone.
Lula: Como você está?
alguém: Confuso.
Lula: Você fez muita merda. Nado do que não era esperado, mas as pessoas perceberam que você não era o que dizia.
alguém: Você me apoiou. Te recebi na minha casa.
Lula: Só que a coisa tá feia, e eu não posso ir contra a opinião dos outros.
alguém: Cínico!
Lula: Merda. Alguém chegou! Te ligo de...

capítulo 3.
ao telefone.
Lula: Me perdoa?
alguém: Acho que você tem razão. Esses anos no poder não consegui ser metade do que prometi.
Lula: Fez tudo errado. Você é muito atrapalhado.
alguém: Devia ter te ouvido com mais atenção.
Lula: E agora?
alguém: Vou terminar o que comecei e...
Lula: Espera! Que merda, de novo! Eu...

capítulo 4.
ao telefone.
alguém: Porra, Lula!
Lula: É que tô no meio da festa do PT. As pessoas querem falar comigo.
alguém: Pensei que a Dilma...
Lula: Falta simpatia. E as pessoas estão com medo dela.
alguém: Vi que ela passou por cima de todos. 50 bilhões!
Lula: Tá mandando mais do que eu.
alguém: E ela... me liga depois. Tá tendo uma confusão aqui.

capítulo 5.
ao telefone.
Lula: Achei que as coisas estivessem mais tranquilas pra você agora.
alguém: Nunca. Vai ser sempre assim.
Lula: Perder o controle é bem difícil. Deve ser triste.
alguém: Muito. Sempre tive boas intenções.
Lula: Também não é pra tanto.
Os dois tem um ataque de riso.
Marisa: Lula, você tá bem? Já tá no banheiro faz meia hora!

capítulo 6.
ao telefone.
Lula: Ela anda carente.
alguém: Abstinência do poder.
Lula: É que cortei cabeleireiro, estilista, essas coisas.
alguém: Ela supera.
Lula: E você supera essas derrotas todas?
alguém: Sinceramente, não.
Lula: Benvindo ao clube.
alguém: Não entendi.
Lula: Dos desempregados!
alguém: O que você quer dizer com isso?
Zé Dirceu: Lula, abre essa porta!

capítulo 7.
ao telefone.
Lula: O Zé tá bem inquieto.
alguém: Também, vocês deram todo poder ao Palocci.
Lula: Coisa da Dilma. Eu tirei, ela colocou de volta.
alguém: Me explica o que você disse antes.
Lula: Você tá em casa?
alguém: Onde eu estaria? Lula, você andou bebendo?
Lula: Sabe como é festa, né?
Zé Dirceu: Vou arrombar a porta e entrar de qualquer jeito!

capítulo 8.
ao telefone.
alguém: Que barulho é esse?
Lula: Fugi pela janela dos fundos. A festa é da Dilma, ela que controle os convidados e penetras.
alguém: Você bebeu, não devia ficar sozinho.
Lula: Eu sou sozinho.
alguém: O mundo te ama, não fale isso. Olha minha situação.
Lula: Você tá fodido.
alguém: Tô e muito.
Lula: Escuta, Mubarak...
alguém: De que você me chamou?

capítulo 9.
ao telefone.
alguém: Lula, eu não sou o Mubarak!
Lula: Não? Achei que...
alguém: Enlouqueceu?
Lula: É que pela conversa.... Você perdeu apoio político, meteu os pés pelas mãos, tem a imprensa contra. Não é o Mubarak?
alguém: Olha no celular. Você nem sabe pra quem ligou, não é?
Silêncio.
Lula: Porra, Obama, desculpa. O celular tava na discagem rápida.

capítulo 10.
Zé Dirceu: Lula estamos esperando você pra acender a vela.
Lula: Vai ter brinde?
Zé Dirceu: Vai, Lula, vai.
Lula: Então vamos.
Zé Dirceu: Você tá com saudade, não é?
Lula: E você não?
Zé Dirceu: É, Lula. Quem diria que chegaríamos a isso.
Lula: Ela não escuta ninguém. Só faz o que quer.
Zé Dirceu: Acho que nosso tempo acabou.
Lula: Será?

capitulo 11.
Lula: Fala pra nós Dilma!
Zé Dirceu: Olha o mico.
Lula: A Dilma é boa companheira, ninguém pode negar!
Zé Dirceu: Pelo amor de Deus, homem!
Lula: Ué, você não é comunista?
Zé Dirceu: Cadê a Marisa, porra?
Dilma: Vamos aos parabéns.
Lula: Um brinde pro PT.
Dilma: E pra puxar o coro, Ana de Hollanda.
Ana: Parabé...
Dilma: Lula você vomitou no bolo!
                                                                              

capítulo 12.
Aos prantos.
Ana: Ele fez de propósito.
Dilma: Foi sem querer. Ele não tem nada contra você.
Ana: Sabia que era a chance de eu lançar minha carreira.
Dilma: Ele só está perdido.
Ana: Não! Ele fez pra me humilhar.
Dilma: Você está exagerando, querida. Se acalme, sim.
Gritando
Ana: Então manda ele largar o microfone e parar de cantas as músicas do Gil!

capítulo 13.
Dilma: Agora fica quieto aí e deixa eu cuidar da festa!
Lula: Discurso! Discurso!
Dilma: Bebe essa água, vai. Tem uma pessoa esperando no telefone pra falar com você.
Lula: Tô bem. Pode passar.
Dilma: Tem certeza? Não vai me meter em confusão.
Lula: Alô?
alguém: Lula? É o Mubarak. O Obama me disse que você quer falar comigo.

capítulo 14.
Horas depois...
Mubarak: Não tinha como me manter. Quase trinta anos, a coisa se desgastou num nível perigoso. A droga da internet. Fiz o que você falou: expulsei jornalistas, tentei manipular a mídia, mas foi pouco. O que você faria no meu lugar?
Lula: Tem que ter o povo do teu lado. Sem ele, não dá.
Mubarak: Como?
Lula: E por que você acha que eu torço pro coringão?

capítulo 15.
Mais algumas horas depois...
Mubarak: Imagino o quanto você está sofrendo. E como você está? Precisa de alguma coisa? Deve ter algo que eu possa fazer pra te ajudar. Bebendo desse jeito. Deve estar difícil ai.
Lula: Muito.
Mubarak: E Dilma não pode intervir?
Lula: Não quer se envolver. Caralho, pensei que iria ser mais fácil. Me ajuda. Traz o Ronaldo de volta...

capítulo 16.
Lula descansando no quarto de hóspedes do Palácio da Alvorada.
A porta é aberta de forma violenta.
Ainda no escuro...
alguém: Você não tem o direito de fazer isso comigo. Não tem! E não me importa se você tinha bebido ou não. Você vai ter que se retratar.
Lula: Você gosta de futebol?
alguém: E se não gostar?
Lula: Quer ir comigo na despedida do Fenômeno?
capítulo final.
Fenômeno: É, presidente, agora sei o que você passou. Tudo tem um fim.
Lula: Você ainda tem a vida toda. Vai ser grande em muitas outras coisas, além do futebol e da barriga.
Os dois riem e se abraçam.
Fenômeno: Vai começar o hino do timão. Te encontro em casa.
Ana: Salva o Corinthi... Lula, liga já de volta a tomada do microfone!

epílogo imprevisto.
Fenômeno: Ana quer gravar um cd?
Ana: Sério?
Fenômeno: Se o Pelé tem, também quero.
No Jornal Nacional:
WB: Novo fenômeno do Fenômeno: a Min. da Cultura Ana de Hollanda grava um cd. O Acústico MTV foi negociado em troca de uma reunião com o Min. dos Esportes. Ele quer conversar sobre sua recente empresa de marketing esportivo para a Copa e Olimpíada.

02 fevereiro 2011

Cultura Brasileira, uma quase ficção 2

capítulo 1.
Lula: Quem fala?
Sarney: Adivinha.
Lula: Oi meu presidente.
Sarney: Não te disse que a Dilma gostava da minha turma?
Lula: Nada me convenceu disso ainda.
Sarney: Mas o Temer está mandando o quanto quer.
Lula: Sarney, o senhor sabe qual é o último nome dele?
Sarney: Não faço a menor idéia.
Lula: Lulia, pense nisso...

capítulo 2.
Temer: Dilminha, onde você vai?
Dilma: Ali e já volto.
Temer: E eu?
Dilma: Toma conta da casa.
Temer: Vai ser sempre assim?
Dilma: Até o meio do ano, eu preciso ir pro EUA, Peru, Paraguai e China.
Temer: Melhor eu já me mudar para o Palácio.
Dilma: É todo seu. E cuidado com os meus Sérgio Rodrigues.
Temer: Seus?
Dilma: Eu, heim, você quer tudo, credo.

capítulo 3.
Temer: Dilminha, onde você está?
Dilma: Calma, já vou voltar. Não está gostando de ser presidente?
Temer: É chato. Tenho que ficar dando satisfações o tempo todo. Preciso de um favor.
Dilma: O que?
Temer: Me liga quando chegar no Paraguai, tenho uma listinha de coisas pra você trazer.

capítulo 4.
Dilma: Pai, a ligação ta péssima. Preciso falar com você.
Lula: Fala baixo, menina. As pessoas vão ouvir. To na Base Naval de Aratu.
Dilma: Por isso os passaportes, então.
Lula: É na Bahia, boba.
Dilma: Tem que dar um jeito no Temer, pai.
Lula: Que foi agora?
Dilma: To viajando, na minha, e o cara não pára de se intrometer. Não era minha vez de mandar agora?

capítulo 5.
Solitária em um quarto de hotel.
Dilma: Ana...
Ana: Oi, Dilma, tudo bem?
Dilma: Eu não consigo dormir. Você pode cantar uma música pra mim?
Ana: Assim, por telefone?
Dilma: Por favor.
Ana: Não dá. Eu to em SP, cheia de compromisso, já to atrasada.
Dilma: É rápido.
Ana: Ta bom. Uma só...
... mas a ligação cai.

capítulo 6.
Muito cedo.
Dilma: Caramba, Temer. Ontem perdi uma ligação importantíssima! Depois de tudo o que mandei investir, as coisas ainda estão péssimas. Quem comandou a comissão de infraestrutura até agora, heim?
Temer: Tá tomando café comigo. Quer falar com o presidente da comissão?
Dilma: Claro. Alô? Quem fala?
Pres.Com.: Oi, Dilma, é o Collor...

capítulo 7.
De volta a Brasília.
Dilma entra em um restaurante italiano e é atingida por uma almôndega gigante na cabeça. Do lado de dentro do balcão, típicos italianos gritam:
italianos: Devolva o que é nosso!
Dilma: Lula, eu te mato! Como foi fazer isso comigo?
Uma nova almôndega.
Dilma corre pelas ruas de Brasília coberta por um líquido vermelho e cheiro de carne crua.

capítulo 8.
Dilma, já em casa, trancada no banheiro conversa consigo.
Dilma: Eu não posso. Se eu entregar vou assumir que ele é um criminoso só porque lutou com armas contra o sistema. Eu também. Então serei também uma criminosa. Se ele ficar, vou desrespeitar todos os acordos internacionais.
Dilma pega o celular.
Dilma: Lula?
Som da descarga.

capítulo 9.
empregada: Senhora Dilma, tem um homem querendo falar com a senhora.
Dilma: Quem é?
empregada: Acho que é do estrangeiro. Ele fala bem estranho.
Dilma: Pergunte o nome outra vez.
Tempos depois...
empregada: É um tal de Marlom Brandão. Com esse nome, deve ser jogador de futebol.
Dilma: Rápido. Liga imediatamente pro Sarney!

capítulo 10.
Sarney: Trataremos nós.
Marlom Brandão: Posso confiar em tua palavra?
Sarney: De mafioso pra mafioso.
Marlom Brandão: Eu quero o nosso homem.
Sarney: Não. Ele está escalado pra próxima novela.
Marlom Brandão: Qual?
Sarney: É uma adaptação do meu livro.
Marlom Brandão: E nós só queríamos matá-lo. Vocês são desumanos.

capítulo 11.
Enquanto isso...
Ana: Lígia, são normais essas manifestações populares?
Lígia: Não dessa maneira.
Ana: Poxa, tinha preparado um número pra apresentar no final.
Lígia: Melhor desistir.
Ana: É. Não tem o que fazer.
Mais ao lado, Serra distribui bilhetes únicos.
Serra: Se ela ficar em SP e continuar com essas idéias, eu ligo pra vocês outra vez.

capítulo 12.
Em Brasília.
Dilma: Preciso de um favor, Ana. Ainda quer gravar um disco?
Ana: É o que mais quero na vida.
Dilma: Tudo bem. O Collor vai encontrar a verba pra você.
Ana: Pela infraestrutura?
Dilma: Sim. É uma questão de segurança nacional. Toda a imagem do país está em jogo.
Ana: Eu faço, Dilma, claro.
Dilma: Ótimo. Amanhã alguém vai te procurar, então.

capítulo 13.
alguém: Ana?
Ana: Sim?
alguém: Me encontre na Câmara dos Deputados em 1 hora.
Ana: Quem está falando? Alô? Alô?
Uma hora depois...
Ana: Você?
alguém: Sim. E trouxe o repertório do seu disco.
Ana: Quem?
alguém: Um artista popular. Bem popular. Como o Brasil gosta.

capítulo 14.
alguém: Eu gostaria de falar com o Edson, por favor.
Edson: Pronto.
alguém: Tudo certo. Como você queria. Ela vai gravar.
Edson: E a grana?
alguém: O Collor. Esse cara é fogo. Sempre dá um jeito.
Edson: Ótimo. Esse é o nosso momento. Até que enfim os artistas chegam ao poder.

capítulo final.
Jornal Nacional.
WB: A ministra Ana lança hoje seu novo trabalho ‘Il bambino catiivo in Berlusconi’. A obra reúne importantes artistas da nossa esfera política. O dep. Stepan Nercerssian traduziu as composições do rei Pelé. O lançamento do cd será organizado pela brasileira Michele dos Santos, responsável também pelas festas particulares do 1º. Ministro italiano.

epílogo imprevisto.
Berlusconi: Michele traz aquela outra mais novinha, porque essa já tá cansada. E coloca o cd que veio do Brasil.
Michele: Pronto.
Berlusconi: Ah, não. Gravaram com ela? Pensei que ia ser com o Frank Aguiar. Merda. Devolve e pede o terrorista de volta.

... fim.