é preciso olhar o público antes de abrir a cortina
Dois meninos: um lê, o outro assiste. O primeiro conversa, debate; o segundo, tecla, desliga. Um argumenta unindo fala e escuta, citando outros; o outro se impõe surdo e individualista, colecionando imagens.
Para quem ainda compra um bom livro, ou melhor, lê e consegue entender que bom, propriamente, não o é ou é, assustam as porcentagens oficiais de analfabetismo funcional dentro de ambientes acadêmicos, por exemplo. Para os que assistem ao mundo e transformam informações em verdades consolidadas, a velocidade da vida vencera a digestão, e o saber se tornara mais dinâmico do que a lentidão de duzentas páginas.
Insistimos na exaltação do primeiro menino como uma resposta aos labirintos modernos, e fingimos não perceber que ele não se encaixa numa rotina onde o conhecimento é superado em códigos binários, as informações em hipertextos, as relações em emails etc. Quanto ao segundo menino, cabe-lhe o rótulo de incapaz, de impotente. Mas não nos esqueçamos que é para o segundo que corremos quando temos qualquer dúvida, e que ao primeiro restou, apenas, boas conversas em mesas de bares.
Um é criado pelo discurso retórico, pelo contrapor de idéias. O outro, por imagens efêmeras e superficialidades. O primeiro lê o mundo, o segundo o assiste. Um traduz uma geração intelectualizada, disposta ao confronto retórico e a arte; o outro expressa as gerações novas, desprendidas, pragmáticas, dispostas ao efêmero. Aqueles levaram a vida em dores e desejos de mudança. Esses vivem aos prazeres momentâneos e fazem deles discursos por sobrevivência. Para um a realidade era crua. Para o outro, a realidade se burla. Um morreu em bibliotecas mofadas. O outro revive em milhões de cognomes virtuais.
E nós, artistas, desiludidos com a incapacidade em sermos compreendidos, lamentamos a extinção do primeiro menino enquanto confrontamos o segundo com discursos encharcados de boa vontade e certa dose de redenção oferecida. Mas ele não entende essa linguagem... E aí pergunto: a responsabilidade dessa falta de comunicação toda é de quem não sabe como ler ou de quem não aprendeu um outro falar?
Para quem ainda compra um bom livro, ou melhor, lê e consegue entender que bom, propriamente, não o é ou é, assustam as porcentagens oficiais de analfabetismo funcional dentro de ambientes acadêmicos, por exemplo. Para os que assistem ao mundo e transformam informações em verdades consolidadas, a velocidade da vida vencera a digestão, e o saber se tornara mais dinâmico do que a lentidão de duzentas páginas.
Insistimos na exaltação do primeiro menino como uma resposta aos labirintos modernos, e fingimos não perceber que ele não se encaixa numa rotina onde o conhecimento é superado em códigos binários, as informações em hipertextos, as relações em emails etc. Quanto ao segundo menino, cabe-lhe o rótulo de incapaz, de impotente. Mas não nos esqueçamos que é para o segundo que corremos quando temos qualquer dúvida, e que ao primeiro restou, apenas, boas conversas em mesas de bares.
Um é criado pelo discurso retórico, pelo contrapor de idéias. O outro, por imagens efêmeras e superficialidades. O primeiro lê o mundo, o segundo o assiste. Um traduz uma geração intelectualizada, disposta ao confronto retórico e a arte; o outro expressa as gerações novas, desprendidas, pragmáticas, dispostas ao efêmero. Aqueles levaram a vida em dores e desejos de mudança. Esses vivem aos prazeres momentâneos e fazem deles discursos por sobrevivência. Para um a realidade era crua. Para o outro, a realidade se burla. Um morreu em bibliotecas mofadas. O outro revive em milhões de cognomes virtuais.
E nós, artistas, desiludidos com a incapacidade em sermos compreendidos, lamentamos a extinção do primeiro menino enquanto confrontamos o segundo com discursos encharcados de boa vontade e certa dose de redenção oferecida. Mas ele não entende essa linguagem... E aí pergunto: a responsabilidade dessa falta de comunicação toda é de quem não sabe como ler ou de quem não aprendeu um outro falar?
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