Antro Particular

02 fevereiro 2011

Cultura Brasileira, uma quase ficção 2

capítulo 1.
Lula: Quem fala?
Sarney: Adivinha.
Lula: Oi meu presidente.
Sarney: Não te disse que a Dilma gostava da minha turma?
Lula: Nada me convenceu disso ainda.
Sarney: Mas o Temer está mandando o quanto quer.
Lula: Sarney, o senhor sabe qual é o último nome dele?
Sarney: Não faço a menor idéia.
Lula: Lulia, pense nisso...

capítulo 2.
Temer: Dilminha, onde você vai?
Dilma: Ali e já volto.
Temer: E eu?
Dilma: Toma conta da casa.
Temer: Vai ser sempre assim?
Dilma: Até o meio do ano, eu preciso ir pro EUA, Peru, Paraguai e China.
Temer: Melhor eu já me mudar para o Palácio.
Dilma: É todo seu. E cuidado com os meus Sérgio Rodrigues.
Temer: Seus?
Dilma: Eu, heim, você quer tudo, credo.

capítulo 3.
Temer: Dilminha, onde você está?
Dilma: Calma, já vou voltar. Não está gostando de ser presidente?
Temer: É chato. Tenho que ficar dando satisfações o tempo todo. Preciso de um favor.
Dilma: O que?
Temer: Me liga quando chegar no Paraguai, tenho uma listinha de coisas pra você trazer.

capítulo 4.
Dilma: Pai, a ligação ta péssima. Preciso falar com você.
Lula: Fala baixo, menina. As pessoas vão ouvir. To na Base Naval de Aratu.
Dilma: Por isso os passaportes, então.
Lula: É na Bahia, boba.
Dilma: Tem que dar um jeito no Temer, pai.
Lula: Que foi agora?
Dilma: To viajando, na minha, e o cara não pára de se intrometer. Não era minha vez de mandar agora?

capítulo 5.
Solitária em um quarto de hotel.
Dilma: Ana...
Ana: Oi, Dilma, tudo bem?
Dilma: Eu não consigo dormir. Você pode cantar uma música pra mim?
Ana: Assim, por telefone?
Dilma: Por favor.
Ana: Não dá. Eu to em SP, cheia de compromisso, já to atrasada.
Dilma: É rápido.
Ana: Ta bom. Uma só...
... mas a ligação cai.

capítulo 6.
Muito cedo.
Dilma: Caramba, Temer. Ontem perdi uma ligação importantíssima! Depois de tudo o que mandei investir, as coisas ainda estão péssimas. Quem comandou a comissão de infraestrutura até agora, heim?
Temer: Tá tomando café comigo. Quer falar com o presidente da comissão?
Dilma: Claro. Alô? Quem fala?
Pres.Com.: Oi, Dilma, é o Collor...

capítulo 7.
De volta a Brasília.
Dilma entra em um restaurante italiano e é atingida por uma almôndega gigante na cabeça. Do lado de dentro do balcão, típicos italianos gritam:
italianos: Devolva o que é nosso!
Dilma: Lula, eu te mato! Como foi fazer isso comigo?
Uma nova almôndega.
Dilma corre pelas ruas de Brasília coberta por um líquido vermelho e cheiro de carne crua.

capítulo 8.
Dilma, já em casa, trancada no banheiro conversa consigo.
Dilma: Eu não posso. Se eu entregar vou assumir que ele é um criminoso só porque lutou com armas contra o sistema. Eu também. Então serei também uma criminosa. Se ele ficar, vou desrespeitar todos os acordos internacionais.
Dilma pega o celular.
Dilma: Lula?
Som da descarga.

capítulo 9.
empregada: Senhora Dilma, tem um homem querendo falar com a senhora.
Dilma: Quem é?
empregada: Acho que é do estrangeiro. Ele fala bem estranho.
Dilma: Pergunte o nome outra vez.
Tempos depois...
empregada: É um tal de Marlom Brandão. Com esse nome, deve ser jogador de futebol.
Dilma: Rápido. Liga imediatamente pro Sarney!

capítulo 10.
Sarney: Trataremos nós.
Marlom Brandão: Posso confiar em tua palavra?
Sarney: De mafioso pra mafioso.
Marlom Brandão: Eu quero o nosso homem.
Sarney: Não. Ele está escalado pra próxima novela.
Marlom Brandão: Qual?
Sarney: É uma adaptação do meu livro.
Marlom Brandão: E nós só queríamos matá-lo. Vocês são desumanos.

capítulo 11.
Enquanto isso...
Ana: Lígia, são normais essas manifestações populares?
Lígia: Não dessa maneira.
Ana: Poxa, tinha preparado um número pra apresentar no final.
Lígia: Melhor desistir.
Ana: É. Não tem o que fazer.
Mais ao lado, Serra distribui bilhetes únicos.
Serra: Se ela ficar em SP e continuar com essas idéias, eu ligo pra vocês outra vez.

capítulo 12.
Em Brasília.
Dilma: Preciso de um favor, Ana. Ainda quer gravar um disco?
Ana: É o que mais quero na vida.
Dilma: Tudo bem. O Collor vai encontrar a verba pra você.
Ana: Pela infraestrutura?
Dilma: Sim. É uma questão de segurança nacional. Toda a imagem do país está em jogo.
Ana: Eu faço, Dilma, claro.
Dilma: Ótimo. Amanhã alguém vai te procurar, então.

capítulo 13.
alguém: Ana?
Ana: Sim?
alguém: Me encontre na Câmara dos Deputados em 1 hora.
Ana: Quem está falando? Alô? Alô?
Uma hora depois...
Ana: Você?
alguém: Sim. E trouxe o repertório do seu disco.
Ana: Quem?
alguém: Um artista popular. Bem popular. Como o Brasil gosta.

capítulo 14.
alguém: Eu gostaria de falar com o Edson, por favor.
Edson: Pronto.
alguém: Tudo certo. Como você queria. Ela vai gravar.
Edson: E a grana?
alguém: O Collor. Esse cara é fogo. Sempre dá um jeito.
Edson: Ótimo. Esse é o nosso momento. Até que enfim os artistas chegam ao poder.

capítulo final.
Jornal Nacional.
WB: A ministra Ana lança hoje seu novo trabalho ‘Il bambino catiivo in Berlusconi’. A obra reúne importantes artistas da nossa esfera política. O dep. Stepan Nercerssian traduziu as composições do rei Pelé. O lançamento do cd será organizado pela brasileira Michele dos Santos, responsável também pelas festas particulares do 1º. Ministro italiano.

epílogo imprevisto.
Berlusconi: Michele traz aquela outra mais novinha, porque essa já tá cansada. E coloca o cd que veio do Brasil.
Michele: Pronto.
Berlusconi: Ah, não. Gravaram com ela? Pensei que ia ser com o Frank Aguiar. Merda. Devolve e pede o terrorista de volta.

... fim.