COMPLEXO SISTEMA em Curitiba: Indicado para fãs de Gerald Thomas - por Rober Machado
Complexo Sistema de Enfraquecimento da Sensibilidade é fortemente influenciado pelo trabalho de Gerald Thomas, mas prova que não se trata de mera cópia e mostra que o diretor e autor Ruy Filho está começando a trilhar um caminho próprio bastante interessante. Um espetáculo tenso, com imagens de grande impacto plástico, sem uma narrativa fácil e que não deixa o espectador numa posição cômoda. Teatro para quem gosta de ser desafiado.
A relação entre dominador e dominado é o fio condutor da peça. Cenas de tortura alternam-se com cenas de delírio, construindo aos poucos um ambiente que vai resultar num interessante diálogo entre os dois personagens. Até isso acontecer, o torturado tem o rosto coberto com uma máscara e somente o torturador mostra seu rosto. O poder dominante tem uma face bem conhecida enquanto o dominado não pode apresentar uma opinião, não pode agir como quiser, apenas se submeter a uma situação que não pode controlar. Quando mostra seu rosto, passa a ter uma personalidade e emitir opiniões, passa a ser alguém.
Essas são as linhas gerais, existem vários detalhes que o espectador vai estabelecer as conexões na sua mente, fazendo-o pensar em diversas possibilidades.
A dupla central de atores faz um ótimo trabalho, entregam-se com intensidade a seus papéis, lutam física e mentalmente.
A trilha sonora é assinada por Patrick Grant, do grupo Living Theater, que já compôs trilhas para espetáculos de Bob Wilson e Gerald Thomas. A música é quase onipresente na peça, ambientando e conduzindo as cenas. Chega a lembrar uma ópera onde ninguém canta. Uma encenação poderosa, que aproveita muito bem o espaço cênico. Enfim, Ruy Filho é um nome para se prestar atenção daqui por diante.
A relação entre dominador e dominado é o fio condutor da peça. Cenas de tortura alternam-se com cenas de delírio, construindo aos poucos um ambiente que vai resultar num interessante diálogo entre os dois personagens. Até isso acontecer, o torturado tem o rosto coberto com uma máscara e somente o torturador mostra seu rosto. O poder dominante tem uma face bem conhecida enquanto o dominado não pode apresentar uma opinião, não pode agir como quiser, apenas se submeter a uma situação que não pode controlar. Quando mostra seu rosto, passa a ter uma personalidade e emitir opiniões, passa a ser alguém.
Essas são as linhas gerais, existem vários detalhes que o espectador vai estabelecer as conexões na sua mente, fazendo-o pensar em diversas possibilidades.
A dupla central de atores faz um ótimo trabalho, entregam-se com intensidade a seus papéis, lutam física e mentalmente.
A trilha sonora é assinada por Patrick Grant, do grupo Living Theater, que já compôs trilhas para espetáculos de Bob Wilson e Gerald Thomas. A música é quase onipresente na peça, ambientando e conduzindo as cenas. Chega a lembrar uma ópera onde ninguém canta. Uma encenação poderosa, que aproveita muito bem o espaço cênico. Enfim, Ruy Filho é um nome para se prestar atenção daqui por diante.
texto originalmente publicado no site Curitiba Interativa.
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