ANTRO EXPOSTO
O último ano tem se revelado fundamental quando olho para frente. Planos, sonhos, decisões... Foi sentado na entrada de uma coxia que Gerald Thomas me disse: “acho que está na hora de você ir e acreditar mais em você!”. Estávamos no meio de 2007. Remoendo diariamente a cobrança de que eu, de alguma maneira, fugia de qualquer confronto com meus pensamentos e arte, decidi seguir mais uma vez os conselhos desse qual chamo sem pudor algum por pai. Porque fora Gerald quem me mostrara todos os princípios que me tornaram um artista inquieto e desagradável. Porque fora ele quem me ensinara a triste opção de valer-me da própria vida transpondo-a ao simbolismo do inconformismo. É cedo, com certeza, para falar em ‘minha arte’. Mas cedo, sempre será. Então me arrisco. E volto ao centro do desafio de me mostrar quem sou. Se o que trago ao público hoje é fato, então é porque Gerald soube me conduzir ao mais tenebroso e viciante aspecto da vida: a alma humana. Que seja assim, então. Eis que surge hoje, para todos, a Cia. de Teatro Antro Exposto.
Ainda é preciso, todavia, assumir outro responsável. No ano que passara, e assim tem sido cada vez mais, Zé Celso, aquele que me levara, aos 20 anos, desistir da medicina para ingressar ao teatro, tem oferecido seus mais gentis abraços. E no respeito construído, nos encontros casuais, nas conversas sigilosas entre olhares, igualmente me confronta ao espelho como se dissesse: “Já não é hora...?”. Disse-lhe dias atrás: “Eu te entendi. Você não tem a sabedoria de quem viveu, mas de quem está vivo!”. No pulso heróico, erótico, da compulsão pela vida, Zé Celso me mostrara outra vez o caminho. Minha vida não são coleções de discursos retóricos e idéias desarranjadas ao tempo. Ao contrário. Justifico-me na relação do conjunto, na absorção do outro, na transformação do todo, em busca da sobrevivência do que há de menor e mais precioso em mim: minha humanidade. Que seja assim, então. E eis que surge, hoje, para todos, a Cia. de Teatro Antro Exposto.
E ainda outros: Samir Yazbek, Silvana Garcia, Alberto Guzik, Heloísa Sales, Ivam Cabral, Ana Helena Curti, Fernanda Borges, Kiki Vassimon, Guga Stroeter, Celso Cury, Thaís Ruiz, Pascoal da Conceição, Leona Cavalli, Celso Frateschi, Helena Katz, Christine Greiner, Dora Longo Bahia, Nelson Leiner, Aimar Labaki, Eugênio Bucci, António Araújo, François Tanguy, Patrick Grant, Matthew Barney, Verônica Cordeiro, Carlos Augusto Calil, Diva Pavesi, Eduardo Semerjian, Edson Zampronha, Fabiana Gugli, Pancho Cappeletti, Cibele Forjas, Lúcio Agra, Renato Cohen, Luís Damasceno, Agnaldo Farias, Clóvis Garcia, Dalva Abrantes, Sérgio Coelho, Suely Rolnik, Camila Morgado, Tânia Torraca, Gleico, Juliano Antunes, Walter Garcia, Jorge Carvajal, Célia Ramos, Amadeo Lamounier, Cássio Pires, Domingos Varela, Geondes, Natália Lorda, Thaís Almeida Prado, Pedro Brás, Carla Bastet, Sônia Lopes, Fernando Coimbra, Aline Fanju, Lígia Tourinho... Cada um, amigo, colega, chefe, professor, mestres às suas maneiras, construíram algo e destruíram outros tantos para que do caos chegasse eu ao meu ‘segundo nascimento’, como diria Zé Celso.
Ainda é preciso, todavia, assumir outro responsável. No ano que passara, e assim tem sido cada vez mais, Zé Celso, aquele que me levara, aos 20 anos, desistir da medicina para ingressar ao teatro, tem oferecido seus mais gentis abraços. E no respeito construído, nos encontros casuais, nas conversas sigilosas entre olhares, igualmente me confronta ao espelho como se dissesse: “Já não é hora...?”. Disse-lhe dias atrás: “Eu te entendi. Você não tem a sabedoria de quem viveu, mas de quem está vivo!”. No pulso heróico, erótico, da compulsão pela vida, Zé Celso me mostrara outra vez o caminho. Minha vida não são coleções de discursos retóricos e idéias desarranjadas ao tempo. Ao contrário. Justifico-me na relação do conjunto, na absorção do outro, na transformação do todo, em busca da sobrevivência do que há de menor e mais precioso em mim: minha humanidade. Que seja assim, então. E eis que surge, hoje, para todos, a Cia. de Teatro Antro Exposto.
E ainda outros: Samir Yazbek, Silvana Garcia, Alberto Guzik, Heloísa Sales, Ivam Cabral, Ana Helena Curti, Fernanda Borges, Kiki Vassimon, Guga Stroeter, Celso Cury, Thaís Ruiz, Pascoal da Conceição, Leona Cavalli, Celso Frateschi, Helena Katz, Christine Greiner, Dora Longo Bahia, Nelson Leiner, Aimar Labaki, Eugênio Bucci, António Araújo, François Tanguy, Patrick Grant, Matthew Barney, Verônica Cordeiro, Carlos Augusto Calil, Diva Pavesi, Eduardo Semerjian, Edson Zampronha, Fabiana Gugli, Pancho Cappeletti, Cibele Forjas, Lúcio Agra, Renato Cohen, Luís Damasceno, Agnaldo Farias, Clóvis Garcia, Dalva Abrantes, Sérgio Coelho, Suely Rolnik, Camila Morgado, Tânia Torraca, Gleico, Juliano Antunes, Walter Garcia, Jorge Carvajal, Célia Ramos, Amadeo Lamounier, Cássio Pires, Domingos Varela, Geondes, Natália Lorda, Thaís Almeida Prado, Pedro Brás, Carla Bastet, Sônia Lopes, Fernando Coimbra, Aline Fanju, Lígia Tourinho... Cada um, amigo, colega, chefe, professor, mestres às suas maneiras, construíram algo e destruíram outros tantos para que do caos chegasse eu ao meu ‘segundo nascimento’, como diria Zé Celso.
E também Priscila e Régis Dudena, por estarem desde sempre ao meu lado, acreditando num futuro pra eles tão óbvio e que para mim apenas agora chega à realidade.
Nada disso seria possível não fosse o amor incondicional e a presença completa de Patrícia.
Nada seria possível não fossem Eduardo e Maria Helena loucos suficiente para aceitarem como genro um garoto, na época, de cabelos compridos, roupas pretas rasgadas, pés descalços, fumante e aspirante a artista.
Nada disso seria possível não fosse a persistência de Diego Torraca, Guilherme Gorski, Priscila Nicolielo, Giuliana Rocha, Ana Carolina Godoy, Gabriela Rosas e Raiani Teichman em me apoiar e conduzir por suas cobranças a efetivação da companhia. E Gustavo Palma. Eterno companheiro. De cena, de discussões, de discordâncias, de confrontos, de cervejas, risadas, viagens e viagens transportadas em idéias para milhares de rascunhos em guardanapos.
Nasce a Cia. de Teatro Antro Exposto!
Um medo horrível.
Uma dor indescritível.
A vontade de abraçar a cada um dos citados acima e agradecer por tudo ou nada ou pelo fato de existirem em minha vida em algum momento.
Não é mais possível dormir. A insônia agora passa a ser companheira...
Junto a uma puta vontade idiota e romântica de querer mudar o mundo.
RUY FILHO
22 Comments:
Que os deuses te guiem e à sua Companhia da forma mais linda. Que os verdadeiros olhos e ouvidos vejam e ouçam seus dharmas, e que vocês os sigam da forma mais fiel possível.
Beijos.
By Anônimo, at 5:18 AM
É... de guardanapo em guardanapo, um dia a Amazônia se vai!
hahahahaha
Vamos fundo!
bjão
By Anônimo, at 7:56 PM
Ruy,
Longa vida à companhia e ao seu trabalho!!!
Um grande abraço,
By Anônimo, at 7:57 PM
viva viva!
parabéns Ruy!
muita merda
beijos
By Anônimo, at 7:57 PM
Ei, cara,
Estamos no devendo um encontro, hum?
Quero saber mais desta companhia, ok?
(Legal saber que a Giu Rocha está na parada. Trabalhei com ela há um
tempão atrás, quando montei o Mercador de Veneza. Uma moça que gosta de
trabalhar)
Bom vôo, cara!
Bjs,
By Anônimo, at 7:58 PM
GENTE!!!!!!!!!
QUE POSTO LINDO!!!!
RUY, TODA MERDA PARA O ANTRO EXPOSTO!!!! VOCÊ MERECE! NÃO CONSIGO COMENTAR DAQUI, POIS É BLOQUEADO!
ENTÃO VAI O E-MAIL!!!!!
AH! QUERIA ESTAR NAS FOTOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS... HEHEHEHE
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
By Anônimo, at 7:58 PM
Ruy,
Que a nova dobra do Antro seja longa, seja leve, produtiva
e prazeroza.
abraço forte,
By Anônimo, at 7:59 PM
PARABÉNS!!!!
espero que você e sua cia. façam vários bons espetáculos...
Obrigado por me colocar no artigo
P.
By Anônimo, at 7:59 PM
Ruy,
Ficarei torcendo para a realização de muitos projetos transformadores.
Sorte,
By Anônimo, at 8:00 PM
Ruy, Pat,
Estou na torcida e irei prestigiá-los assim que estiver em São Paulo.
Um grande beijo e muita merda pra vcs.
Fa
By Fabiana Eisenmann, at 8:27 PM
Muita sorte, sucesso e suor (não necessariamente nessa ordem, que é apenas alfabética). Bjs.
By Maria Helena, at 9:27 PM
Parabéns, Ruy
O grupo/coletivo de performance "performance 007"
(performance007.blogspot.com)
te saúda daqui.
abção
By Anônimo, at 1:07 AM
Ruy, pisa fundo e vai sem medo!
EVOÉ!! EVOÉ!! EVOÉ!!
bjo Gi
By Anônimo, at 9:37 AM
Parabéns pela iniciativa de formar uma cia de teatro. Quero que saiba que tem espaço para divulgação no jornal Fato Paulista quando quiser.
Ligia Minaro
By Unknown, at 11:14 AM
Ruy
Muita sorte nessa nova empreitada.
beijo
By Anônimo, at 5:32 PM
Ruy querido, fico feliz pela notícia da sua cia. muitos anos de vida para essa nova família que nasce.
abraço forte.
By Anônimo, at 5:33 PM
Oi, Ruy!
Adorei que agora você tem sua CIA! Bom, muito bom! Que demais!
Mas, tudo bem que entendo que v. deve estar bem ocupado e que suas noites de insônia estão super povoadas de coisas suas que pululam aí no seu cérebro loucamente, em polvorosa deliciosa (e como v. mesmo disse: apavorante) da novidade... tudo bem.
Mas vê se responde às mensagens ORA , ORA, ORA, RUY!!!
Beijos enormes! Tô feliz por v. e pela sua Cia.
Até. PATRICIA.
By Anônimo, at 5:34 PM
Caro Ruy
Apresento-lhe o meu blog, apenas iniciando, sem
grandes invenções, mas MEU.
mariajoselindgren.blospot.com
Um abraço
By Anônimo, at 5:35 PM
Como é bom participar todas estas noites das tuas insônias!
[ insônias agora expostas, abertas,arreganhadas, descobertas, públicas, à mostra, à vista... para todos aqueles que quiserem manter-se acordados! ]
Amo você!!
M E R D A !!
By Anônimo, at 12:15 AM
ruy e associados,
uma vez ouvi de um artista português, diretor como tu, sonhador como tu, íntegro como tu:
"eu comecei a fazer teatro para mudar o mundo. hoje faço teatro para que o mundo não me mude."
se a seu teatro é seu alimento além da fronteira da profissão, sejamos docemente idiotas e românticos !
rasguem o bucho da criatividade e contaminem seus próximos; contágio direto e progressivamente geométrico, exposto à coragem que vocês ousam lançar mão !
vida longa a companhia !
seguem gritos de evoé de uma outra boa companhia.....
com o dedos cruzados por vocês !!!
alê
By alê, at 12:57 AM
Ruyêêêêêê. não vejo a hora de correr atrás de vcs pela Zooropa!!! SP, Rio e Curitiba tá ficando pequeno, hein...
Mega Beijos e Parabéns!!!!!!!
Pri (mmeeeuuuuu)
By Anônimo, at 2:30 PM
Emoção? Acho q posso dar esse nome ao sentimento q tá aqui no meu peito. Me lembrei daquele garoto de pés sujos pois só andava descalço, calças ou bermudas jeans rasgadas, cabelos grandes encaracolados mas, já o envolvia a energia de um homem valoroso, consciente. Gostei de te ler.
Quer dizer q vc só dorme na foto???
beijos Vera Fanjul
By aoutra, at 12:35 AM
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