PAIXÃO PELO TEATRO: entrevista para o jornal Gazeta de Ribeirão
Ruy Filho, que inicia colaboração para a Gazeta, é assistente de Gerald Thomas e já trabalhou com Zé Celso
JOSÉ ANTONIO BONATO
Gazeta de Ribeirão
jose.bonato@gazetaderibeirao.com.br
JOSÉ ANTONIO BONATO
Gazeta de Ribeirão
jose.bonato@gazetaderibeirao.com.br
Foi em Ribeirão Preto que surgiu a paixão pelo teatro em Ruy Filho. Tudo começou no Colégio COC, na década de 90, quando ajudou o irmão a fazer um texto, para o jornal da escola, sobre teatro. Ruy Filho, hoje assistente de Gerald Thomas, acabou se envolvendo com a peça e dando uma força na iluminação e na cenografia.
"Eu nunca tinha tido um contato com teatro antes", afirma. Na cabeça, continuava a idéia de cursar medicina, de ser neurocirurgião. Mas foi no Morro do São Bento, em 1995, no espetáculo "As Bacantes", de Eurípides e dirigido por José Celso Martinez Corrêa, que Ruy Filho mandou a idéia de ser médico para o espaço e optou pelo teatro definitivamente.
Hoje Ruy Filho é dramaturgo, diretor e prepara uma peça de lavra própria: "Beuys no Subsolo". Resumidamente, uma performance que mescla os universos do artista plástico alemão Joseph Beuys e o escritor russo Fiodor Dostoiévski, autor de "Memórias do Subsolo". A peça terá como um dos protagonistas o ribeirãopretano Gustavo Palma.
Com Palma, na década de 90, ainda adolescente, Ruy Filho foi desafiado, por uma professora da Faap, onde estudou artes plásticas, a levar um trabalho sobre textos do dramaturgo Antoine Artaud para José Celso Martinez Corrêa.
A apresentação, para Zé Celso, foi no Teatro Oficina, às 3h da madrugada, lembra Ruy Filho. O resultado foi um convite para que Palma e ele participassem do segundo ato da peça "Para Dar um Fim no Juízo de Deus". A obra, diz Ruy Filho, procurava desmistificar a figura de Deus e ressaltar a importância do corpo como representação do homem no meio.
O contato com Gerald Thomas foi em 1999. Ruy Filho o procurou porque desejava saber como dirigir um texto de sua autoria. Thomas o atraiu por causa da importância que suas peças davam à estética, em detrimento do discurso dos atores.
Atualmente, diz Ruy Filho, apesar da importância do aspecto plástico do espetáculo, a reflexão, os diálogos devem ter igual valor numa peça teatral.
Ribeirão Preto está na lista de cidades nas quais Ruy Filho pretende encenar "Beuys no Subsolo". Ele defende que os espetáculos sejam iniciados pelo interior, em vez de pelas capitais, como normalmente acontece.
"No interior você tem mais liberdade de experimentar, de discutir e reelaborar o texto. Normalmente as estréias se dão na capital por pressão do patrocinador, que quer um benefício imediato."
Ruy Filho escreve hoje na Gazeta sobre o teatro em Ribeirão Preto e passa a integrar o quadro de colaboradores do jornal.
2 Comments:
O senhor já reparou que a nossa vida incomum coincide com a sua vida teatral???
Sou testemunha ocular/sentimental/corporal desta história! E tenho muito orgulho dela! Cada vez mais!!
Te amo!
Ní
... não costumo comentar aqui (afinal, sempre faço todos os comentários antes do texto entrar no ar) mas desta vez não resisti ;)
By Anônimo, at 12:39 PM
Ola Ruy,
as vezes perambulo pela internet a procura de amigos do passado, e fico feliz quando vejo que vcs estão em lugares diferentes mas ainda unidos, sinto saudades da época de Ribeirão, eram bons aquleles dias, quando tinhamos o mundo nas mãos e quase nenhuma preocupação na cabeça.
Parabens a vc que seguiu com seus ideais sem se importar com as dificuldades.
Bijos,
Patricia Pretel.
By Pat Defino, at 6:56 PM
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