AMIGAS, PERO NO MUCHO: Com prosecco e qualidade
Com enredo óbvio, típico de comédias comerciais, Amigas, Pero no Mucho retrata a intimidade e convívio entre quatro mulheres que aos poucos vão revelando invejas, ciúmes e muito veneno. A primeira incursão na dramaturgia da jornalista Célia Regina Forte teve uma leitura no MASP dirigida por Paulo Autran e chega ao palco do Teatro Renaissance conduzida pelas mãos de José Possi Neto.
O que poderia ser mais um espetáculo sobre o universo feminino ganha possibilidades ao ter um elenco masculino. Claudio Fontana, Elias Andreato, Leopoldo Pacheco e Romis Ferreira interpretam as amigas em constante disputa por mais espaço junto à Débora (Pacheco), uma centralizadora mulher de meia-idade que utiliza a presença das amigas para se auto-afirmar emocionalmente.
Se por um lado o texto é comum, sem muita elaboração além da estratégia de construir momentos de humilhação de uma personagem a outra, por outro a generosidade e entrega dos atores faz com que o espetáculo se revele agradável. É curioso assisti-los se atrapalharem com as perucas e observar a facilidade do caminhar com saltos finos, deixando a sensação de ser o ator o elemento mais importante sobre o palco.
As referências são inevitáveis e filmes como Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! e Priscila, a Rainha do Deserto surgem quase que imediatamente. Contudo, são quatro grandes atores que vão além do travestir para compor personagens realmente femininas, ainda que Romis Ferreira fique um pouco aquém das performances dos outros três, o que muito se deve também ao fato de seu personagem ser de todos o mais superficial. Já Elias Andreato vai ao ápice das possibilidades, surpreendendo, ridicularizando o óbvio e arrancando risadas até mesmo quando não é o foco principal.
A opção pelo teatro comercial, sem pesquisa conceitual e estética, é cada vez mais freqüente entre bons atores, que têm na capacidade de lucro fácil de tais montagens subterfúgios para sobreviver e assim continuar o ofício. Nada contra a sobrevivência. E se esta é uma das poucas possibilidades, então que se faça dignamente. Em Amigas, Pero No Mucho, a interpretação ultrapassa o valor de entretenimento e se revela ponto válido.
De modo geral, muitos se incomodam com os besteiróis e falta de originalidade que assolam os palcos de todo o país, como se o teatro experimental ou de pesquisa em grupo fosse de fato sempre melhor ou superior a todo o resto. Quem dera isso fosse verdade. Infelizmente, o que quase sempre se vê são péssimas montagens sem estrutura profissional, sem acabamento e qualidade. E como explicar ao executivo que passou doze horas no escritório, que conforto e estacionamento são supérfluos?
Esqueça a comicidade comum, os trocadilhos de sempre, a superficialidade das peças e se permita assistir sem preconceitos o teatrão e seus cenários da Tok&Stok, as taças de prosecco na recepção, a platéia disputando flashes. Há também aí verdadeiras obras-primas de nossos atores. Ao menos isso.
O que poderia ser mais um espetáculo sobre o universo feminino ganha possibilidades ao ter um elenco masculino. Claudio Fontana, Elias Andreato, Leopoldo Pacheco e Romis Ferreira interpretam as amigas em constante disputa por mais espaço junto à Débora (Pacheco), uma centralizadora mulher de meia-idade que utiliza a presença das amigas para se auto-afirmar emocionalmente.
Se por um lado o texto é comum, sem muita elaboração além da estratégia de construir momentos de humilhação de uma personagem a outra, por outro a generosidade e entrega dos atores faz com que o espetáculo se revele agradável. É curioso assisti-los se atrapalharem com as perucas e observar a facilidade do caminhar com saltos finos, deixando a sensação de ser o ator o elemento mais importante sobre o palco.
As referências são inevitáveis e filmes como Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! e Priscila, a Rainha do Deserto surgem quase que imediatamente. Contudo, são quatro grandes atores que vão além do travestir para compor personagens realmente femininas, ainda que Romis Ferreira fique um pouco aquém das performances dos outros três, o que muito se deve também ao fato de seu personagem ser de todos o mais superficial. Já Elias Andreato vai ao ápice das possibilidades, surpreendendo, ridicularizando o óbvio e arrancando risadas até mesmo quando não é o foco principal.
A opção pelo teatro comercial, sem pesquisa conceitual e estética, é cada vez mais freqüente entre bons atores, que têm na capacidade de lucro fácil de tais montagens subterfúgios para sobreviver e assim continuar o ofício. Nada contra a sobrevivência. E se esta é uma das poucas possibilidades, então que se faça dignamente. Em Amigas, Pero No Mucho, a interpretação ultrapassa o valor de entretenimento e se revela ponto válido.
De modo geral, muitos se incomodam com os besteiróis e falta de originalidade que assolam os palcos de todo o país, como se o teatro experimental ou de pesquisa em grupo fosse de fato sempre melhor ou superior a todo o resto. Quem dera isso fosse verdade. Infelizmente, o que quase sempre se vê são péssimas montagens sem estrutura profissional, sem acabamento e qualidade. E como explicar ao executivo que passou doze horas no escritório, que conforto e estacionamento são supérfluos?
Esqueça a comicidade comum, os trocadilhos de sempre, a superficialidade das peças e se permita assistir sem preconceitos o teatrão e seus cenários da Tok&Stok, as taças de prosecco na recepção, a platéia disputando flashes. Há também aí verdadeiras obras-primas de nossos atores. Ao menos isso.
1 Comments:
De vez em quando, dou um pulo por aqui, em silencio, e leio as opinioes e reflexoes de alguem de quem gosto muito!!!
Esqueci der te dar parabens pelo seu aniversario!
Um beijo da tua fa,
Fabi
By Unknown, at 12:14 PM
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