LISETTE LAGNADO: o retorno da Bienal ao sabor próprio
Postado na hospedagem anterior do blog na quinta-feira, 19 de maio de 2005
21:49:39
Cruzam-se os dedos. Após um período turbulento na Fundação Bienal de São Paulo, nos últimos anos - que conduziu esta que abriga uma das mais importantes exposições coletivas das artes contemporâneas aos afastamentos de diretores, recusas de curadores, crises financeiras, fofocas, disputas políticas e todo o tipo de mazelas prejudiciais ao desenvolvimento da Cultura -, o próximo curador, ou melhor, curadora, já foi escolhida: Lisette Lagnado. Mestrada em Semiótica pela PUC e doutora pela USP, ambas de São Paulo.
Quem passa sistematicamente por museus e galerias, navega por sites de discussões artísticas ou ao menos se interessa por Arte sabe que Lisette é sem dúvida a mais interessante investigadora das artes contemporâneas no país. Coerente, suas exposições e curadorias vagam entre pesquisas lingüísticas e estéticas, de Hélio Oiticica e Iberê Camargo a Matthew Barney e artistas tecnológicos. Não bastasse a amplidão de seu conteúdo estético, muitos são os artigos e estudos publicados pelas mais importantes mídias dentro e fora do país sobre toda a sorte de assuntos envolvendo as artes visuais, seja como produto e obra seja como reflexão teórica.
Quando soube que aceitara o convite para concorrer com um projeto à curadoria da próxima Bienal, vibrei como fã de sua ousadia, da consistência de seu trabalho, mas também por assistir, nestes últimos anos, sua aproximação com a produção de artistas novos e a pesquisa histórica. Em poucas palavras mau colocadas, o trabalho que Lisette vem desenvolvendo denota competência misturada a meninice de um olhar próprio sem os vícios e ranços da intelectualidade das academias.
Abre-se, hoje, uma fresta ao amadurecimento criativo nas artes visuais do país. Uma exposição como a Bienal é capaz de aglomerar correntes distintas, mesclar pensamentos novos, acomodar lado a lado trabalhos improváveis, suscitar discussões heterogêneas, nos incluir em questões mais amplas e generalizadas ao mesmo tempo em que nos serve de parâmetro contextualizando nossa produção atual e nos obriga a analisar nossos umbigos. É o momento ideal, pelo caminho certo, para que Lisette possa, enfim, expôr de maneira aprofundada suas reflexões.
Oxalá os artistas saibam aproveitar e apreender tudo o que for oferecido por nossa nova Curadora. E (com o eterno romantismo de quem acredita cegamente que educação cultural e abrangência de informação são as únicas maneiras de modificar o Homem) que a Fundação respeite suas habilidades por seu alto valor profissional já tão compravado na prática e por ter sido escolhida mediante um processo democrático objetivo que parece conduzir a Fundação a uma modernização de sua estrutura burocrática, e permita, ao menos, espaço suficiente para que possa criar, aprender, construir, insistir, aproximar, remodelar e se divertir.
Parabéns Lisette! De minha parte, total liberdade para destruir minhas verdades, quebrar os meus conceitos e me conduzir a uma maravilhosa viagem de volta ao otimismo sobre a força e relevância da Arte. Bons momentos virão...
21:49:39
Cruzam-se os dedos. Após um período turbulento na Fundação Bienal de São Paulo, nos últimos anos - que conduziu esta que abriga uma das mais importantes exposições coletivas das artes contemporâneas aos afastamentos de diretores, recusas de curadores, crises financeiras, fofocas, disputas políticas e todo o tipo de mazelas prejudiciais ao desenvolvimento da Cultura -, o próximo curador, ou melhor, curadora, já foi escolhida: Lisette Lagnado. Mestrada em Semiótica pela PUC e doutora pela USP, ambas de São Paulo.
Quem passa sistematicamente por museus e galerias, navega por sites de discussões artísticas ou ao menos se interessa por Arte sabe que Lisette é sem dúvida a mais interessante investigadora das artes contemporâneas no país. Coerente, suas exposições e curadorias vagam entre pesquisas lingüísticas e estéticas, de Hélio Oiticica e Iberê Camargo a Matthew Barney e artistas tecnológicos. Não bastasse a amplidão de seu conteúdo estético, muitos são os artigos e estudos publicados pelas mais importantes mídias dentro e fora do país sobre toda a sorte de assuntos envolvendo as artes visuais, seja como produto e obra seja como reflexão teórica.
Quando soube que aceitara o convite para concorrer com um projeto à curadoria da próxima Bienal, vibrei como fã de sua ousadia, da consistência de seu trabalho, mas também por assistir, nestes últimos anos, sua aproximação com a produção de artistas novos e a pesquisa histórica. Em poucas palavras mau colocadas, o trabalho que Lisette vem desenvolvendo denota competência misturada a meninice de um olhar próprio sem os vícios e ranços da intelectualidade das academias.
Abre-se, hoje, uma fresta ao amadurecimento criativo nas artes visuais do país. Uma exposição como a Bienal é capaz de aglomerar correntes distintas, mesclar pensamentos novos, acomodar lado a lado trabalhos improváveis, suscitar discussões heterogêneas, nos incluir em questões mais amplas e generalizadas ao mesmo tempo em que nos serve de parâmetro contextualizando nossa produção atual e nos obriga a analisar nossos umbigos. É o momento ideal, pelo caminho certo, para que Lisette possa, enfim, expôr de maneira aprofundada suas reflexões.
Oxalá os artistas saibam aproveitar e apreender tudo o que for oferecido por nossa nova Curadora. E (com o eterno romantismo de quem acredita cegamente que educação cultural e abrangência de informação são as únicas maneiras de modificar o Homem) que a Fundação respeite suas habilidades por seu alto valor profissional já tão compravado na prática e por ter sido escolhida mediante um processo democrático objetivo que parece conduzir a Fundação a uma modernização de sua estrutura burocrática, e permita, ao menos, espaço suficiente para que possa criar, aprender, construir, insistir, aproximar, remodelar e se divertir.
Parabéns Lisette! De minha parte, total liberdade para destruir minhas verdades, quebrar os meus conceitos e me conduzir a uma maravilhosa viagem de volta ao otimismo sobre a força e relevância da Arte. Bons momentos virão...
2 Comments:
Para além da sua competência no campo das artes, as minhas esporádicas visitas ao Brasil permitem-me confirmar os excepcionais atributos de Lizette como cozinheira para os amigos
enviado em 30/5/2005 06:22:00
By Anônimo, at 1:03 AM
Como vc mesmo disse, meu tão querido e admirado amigo (pai), Oxalá, que todos saibam aproveitar essas e tantas outras novas portas abertas!
Grande beijo.
enviado em 8/6/2005 12:28:00
By Anônimo, at 1:04 AM
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