OS SATYROS: o teatro embriagado pela vontade de existir
Postado na hospedagem anterior do blog no sábado, 16 de julho de 2005
17:28:41
A notícia de que Os Satyros foram novamente contemplados pela Lei de Fomento chega em boa hora proporcionando dois bons motivos para o festejo. O primeiro, o reconhecimento deste que é um dos principais grupos de pesquisa cênica e que vem se revelando audacioso e criativo desde de sua formação em 1989. O segundo, pois a lei, após diversas polêmicas que conduziram o ex-Secretário Municipal de Cultura, Emanoel Araújo, a decidir inicialmente por sua extinção, manteve-se de fato, representando a única possibilidade de sustentabilidade de pesquisa no teatro em São Paulo.
A lei ainda precisa ser revista, reescrita, lapidada em suas falhas e características capazes de gerar fraudes e inconseqüências administrativas. Mas ainda assim, ver a cultura ser subsidiada pelo poder público é um respiro em uma época em que as salas de teatro são ocupadas por merchandising e diretores de marketing estúpidos ao invés de artistas e pesquisadores. O teatro se torna cada dia mais um espaço aburguesado e medíocre destinado à falta de reflexão estética e cultural; freqüentado ao cálice de vinho branco gelado, desfazendo-se da uva calorosa distribuída por Baco.
Os Satyros ocupam um espaço próprio na impensável Praça Roosevelt, antro de prostituição, marginalia de todos os tipos, tráfico. Talvez por isso dê certo. Os palcos reconhecem o sagrado dionisíaco junto à orgia libertária do indivíduo irresponsável e universal. Nada mais próximo que os ditirambos bêbados e alucinados das ruas sujas, das mulheres e homens valorizados pelas vendas de suas carnes. O grupo traz ao seu espaço o sabor que o circunda, a realidade da cidade. E, junto, um público amplo, variável, constituído por artistas, putas, intelectuais, estudantes, casais, desavisados em geral.
O teatro reconhece seu espaço transformador. Vai às ruas, às praças, às casas... Hoje Os Satyros conquistam o direito de continuar. Portas abertas. Festas. Encontros. Discussões. Destinado ao desequilíbrio do comércio correto das salas acarpetadas, dos patrocínios educados com pré-estréias previsíveis. Em cartaz, A Filosofia na Alcova, Cosmogonia - Experimento nº1, O Céu é Cheio de Uivos, Latidos e Fúria da Praça Roosevelt, Rua Taylor, nº214 - Um Outro Olhar sobre Nelson, Transex. Enfim, Os Satyros caminham para se tornar cada dia mais a casa da mãe-joana e deliciosamente a de todos nós. Merda...
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A notícia de que Os Satyros foram novamente contemplados pela Lei de Fomento chega em boa hora proporcionando dois bons motivos para o festejo. O primeiro, o reconhecimento deste que é um dos principais grupos de pesquisa cênica e que vem se revelando audacioso e criativo desde de sua formação em 1989. O segundo, pois a lei, após diversas polêmicas que conduziram o ex-Secretário Municipal de Cultura, Emanoel Araújo, a decidir inicialmente por sua extinção, manteve-se de fato, representando a única possibilidade de sustentabilidade de pesquisa no teatro em São Paulo.
A lei ainda precisa ser revista, reescrita, lapidada em suas falhas e características capazes de gerar fraudes e inconseqüências administrativas. Mas ainda assim, ver a cultura ser subsidiada pelo poder público é um respiro em uma época em que as salas de teatro são ocupadas por merchandising e diretores de marketing estúpidos ao invés de artistas e pesquisadores. O teatro se torna cada dia mais um espaço aburguesado e medíocre destinado à falta de reflexão estética e cultural; freqüentado ao cálice de vinho branco gelado, desfazendo-se da uva calorosa distribuída por Baco.
Os Satyros ocupam um espaço próprio na impensável Praça Roosevelt, antro de prostituição, marginalia de todos os tipos, tráfico. Talvez por isso dê certo. Os palcos reconhecem o sagrado dionisíaco junto à orgia libertária do indivíduo irresponsável e universal. Nada mais próximo que os ditirambos bêbados e alucinados das ruas sujas, das mulheres e homens valorizados pelas vendas de suas carnes. O grupo traz ao seu espaço o sabor que o circunda, a realidade da cidade. E, junto, um público amplo, variável, constituído por artistas, putas, intelectuais, estudantes, casais, desavisados em geral.
O teatro reconhece seu espaço transformador. Vai às ruas, às praças, às casas... Hoje Os Satyros conquistam o direito de continuar. Portas abertas. Festas. Encontros. Discussões. Destinado ao desequilíbrio do comércio correto das salas acarpetadas, dos patrocínios educados com pré-estréias previsíveis. Em cartaz, A Filosofia na Alcova, Cosmogonia - Experimento nº1, O Céu é Cheio de Uivos, Latidos e Fúria da Praça Roosevelt, Rua Taylor, nº214 - Um Outro Olhar sobre Nelson, Transex. Enfim, Os Satyros caminham para se tornar cada dia mais a casa da mãe-joana e deliciosamente a de todos nós. Merda...
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